Nos anos setenta, um grupo de mineiros se afirmou no cenário da musica popular brasileira com profundas consequências para sua história, tanto no âmbito doméstico quanto no internacional. Eles traziam o que só Minas pode trazer: os frutos de um paciente amadurecimento de impulsos culturais do povo brasileiro, o esboço (ainda que muito bem-acabado) de uma síntese possível. Minas pode desconfiar das experiências arriscadas e, sobretudo, dos anúncios arrogantes de duvidosas descobertas. Mas está se preparando para aprofundar as questões que foram sugeridas pelas descobertas anteriores cuja validade foi confirmada pelo tempo. Em Minas o caldo engrossa, o tempero entranha, o sentimento se verticaliza. Márcio Borges é a pessoa indicada para escrever sobre a experiência daqueles garotos mineiros nos anos setenta não apenas por ser ele próprio um dos letristas mais atuantes e representativos do grupo, mas por ter sido ele a induzir Milton Nascimento a compor. E Milton Nascimento foi - é - o pólo, o elemento catalisador, o próprio lugar de inspiração do movimento...
Um Pouco de Blues, Jazz, Rock e MPB... Bem, na verdade tem um pouco de tudo, ou melhor dizendo, quase tudo _________________________________________________________________________________________________
teste
Mass in B minor
BACH
Mass in B minor
"Quizás uno de los aspectos de la genialidad de Johann Sebastian Bach reside en su habilidad para “reciclar” temas musicales de otras obras, refrescarlos, incorporarlos a una nueva composición y conseguir un todo genialmente armonioso. Ese parece que es el caso de la Gran Misa Católica, la BWV 232. Los eruditos han encontrado que un buen número de sus partes ya habían sido utilizadas previamente. Tampoco es una obra escrita “de un tirón”: la comenzó hacia 1724 y la terminó pocos años antes de morir en 1750. Bach no pudo escuchar nunca esta misa (con el Credo de Nicea): fue estrenada más de 80 años después de su muerte, en Berlín."
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A Missa em Si menor, BWV 232, de Johann Sebastian Bach, é uma obra gigantesca e emblemática, que pode ser entendida como um compêndio da obra do compositor. Um fato relevante sobre a Missa, é a de ter a maioria de seus movimentos originados a partir de material parodiado pelo compositor. Assim, muitos estudos envolvendo a dificuldade de readaptação de um antigo material em uma obra nova, incluindo aqui a dificuldade extra causada pela readaptação de um texto em alemão para latino, foram realizados. Porém, na bibliografia existente sobre a Grande Missa, o enfoque dado pelos autores sobre as questões das readaptações permanece apenas no nível de comparação musical entre o material original e sua paródia.
Deep Blues
A Musical and Cultural History from The Mississippi Delta to Chicago's South Side to The World
Blues is the cornerstone of American popular music, the bedrock of rock and roll. In this extraordinary musical and social history, Robert Palmer traces the odyssey of the blues from its rural beginnings, to the steamy bars of Chicago's South Side, to international popularity, recognition, and imitation.
Palmer tells the story of the blues through the lives of its greatest practitioners: Robert Johnson, who sang of being pursued by the hounds of hell; Muddy Waters, who electrified Delta blues and gave the music its rock beat; Robert Lockwood and Sonny Boy Williamson, who launched the King Biscuit Time radio show and brought blues to the airwaves; and John Lee Hooker, Ike Turner, B. B. King, and many others.
Dossiê das Matrizes do Samba
O presente trabalho, realizado no Rio de Janeiro entre janeiro e outubro de 2006, tem por objetivo reunir num dossiê textos teóricos e documentos que reforcem a importância para a cultura brasileira das matrizes do samba no Rio de Janeiro. O reconhecimento do samba de roda do Recôncavo Baiano como Patrimônio Imaterial da Humanidade, em 2005, motivou o Centro Cultural Cartola a analisar os variados estilos de samba no Rio de Janeiro, que se originaram nas reuniões musicais em casa de Tia Ciata, no Estácio, nas escolas de samba, nos blocos, nos morros, nas ruas, nos quintais. Não obstante existirem práticas musicais identificadas pelo termo samba, como o samba de roda do Recôncavo e o samba rural paulista, no panorama musical brasileiro o samba no Rio de Janeiro se destaca por ser um fenômeno cultural pujante que atravessou o século XX, passando de alvo de discriminação e perseguição nas primeiras décadas a ritmo identificado com a própria nação, a ponto de ser um de seus símbolos.
Das Sinfonias ao Samba
As décadas de 1950 e 1960, demarcadas por um intenso crescimento urbano e por um contexto de efervescência cultural, que contava também com o amadurecimento da produção e da crítica cinematográficas no país, configuraram um momento de profícuo diálogo entre as cidades e suas representações cinematográficas na conformação de seus aspectos imaginários e indenitários. Os filmes urbanos, entretanto, não eram um consenso no período, já que parte da crítica acreditava que as raízes da verdadeira “brasilidade” residiam no ambiente rural, ainda não “corrompido” pelo cosmopolitismo metropolitano. Assim, além de pouco numerosos, os filmes que tratavam dos grandes centros urbanos praticamente se resumiam a duas localidades, cada uma dotada de uma composição identitária própria: Rio de Janeiro, capital federal até 1960, e São Paulo, que passava por um acelerado processo de urbanização e industrialização, e que viria se tornar a cidade mais populosa do país. Observa-se que a capital paulista, marcada desde muito cedo por um imaginário ligado ao “progresso” – aos avanços tecnológicos, à atividade industrial – teve nas Sinfonias Urbanas – filmes documentais realizados na década de 1920, que retratavam as cidades como ambientes universais, locus do artifício e da tecnologia, ritmadas pelo funcionamento ordenado da máquina – uma importante influência, que permaneceu relevante até meados da década de 1960, em filmes como Simão, o Caolho (Alberto Cavalcanti, 1952), Noite Vazia (Walter Hugo Khouri, 1964) e São Paulo Sociedade Anônima (Luis Sérgio Person, 1965). Já o Rio de Janeiro, cuja exuberância da paisagem natural foi constantemente evidenciada em suas representações cinematográficas da primeira metade do século XX, passou a ser representada como Metrópole – impactada pelos processos de modernização, para além do cartão-postal – apenas em meados da década de 1950. Através da análise dos filmes Rio, Quarenta Graus (Nelson Pereira dos Santos, 1954), Cinco Vezes Favela (Marcos Farias, Miguel Borges, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman, 1962) e A Grande Cidade (Cacá Diegues, 1966), observa-se uma urbanidade marcadamente desigual e contrastante, que buscava se equilibrar sobre uma tênue linha entre ordem e caos. Para o Rio de Janeiro cinematográfico, adequar-se ao comando e ao ritmo da máquina não se mostrava uma resposta eficaz, sendo necessária a criação de mecanismos de resistência a essa ordem – muitas vezes encontrados no senso de comunidade presente no ambiente das favelas, representado pelas manifestações populares, em especial o carnaval e o samba.
Desbundados & Marginais
1969-74, no Brasil, foi um período marcado paradoxalmente pela forte repressão, censura e pelo extraordinário crescimento econômico impulsionado pelo próprio Estado autoritário. O ideário nacional-popular e as utopias revolucionárias que orientaram ações e projetos artísticos ao longo da década de 1960 se esvaíam com a consolidação da indústria cultural sob os “anos de chumbo”. Ao concentrar-me na MPB dos chamados marginais (ou “malditos”) e desbundados, com destaque para Jorge Mautner, Jards Macalé, Luiz Melodia, Sérgio Sampaio e Walter Franco, passando ainda pelos Novos Baianos, Secos & Molhados e por alguns daqueles egressos do tropicalismo, como Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso, demonstro que a contracultura made in Brazil, não raras vezes tachada de escapista, alienada ou depressiva, não foi um simples mal-estar provocado pelo AI-5, tampouco uma semente mal plantada, em terras inóspitas, do fenômeno estadunidense. Pelo contrário: reinventando meios de lidar com a coerção, ganhou aqui uma porção de nomes, significados e um solo histórico suigeneris. A partir da análise de documentos de época, canções e discos selecionados, além de festivais e outras atividades em que os músicos e seus parceiros estiveram envolvidos, sem negligenciar suas relações com a indústria fonográfica e os diálogos que estabeleceram com demais artistas atuantes, defendo a hipótese de que as novas experiências, linguagens, práticas e valores abarcados pela polêmica palavra contracultura configuraram-se, no Brasil daquele contexto, como uma estrutura de sentimento, afinada com transformações políticas, econômicas e socioculturais tanto em âmbito nacional quanto internacional.
Bossa Nova - História, Som e Imagem
Este livro é um registro do que foi o mais importante movimento musical brasileiro, a Bossa Nova. Um movimento sem nenhum compromisso que não fosse, como se dizia na época “com o amor, o sorriso e a flor”. Um instante único na história da música, quando jovens compositores surpreenderam a vida do país com um novo som e uma nova mensagem de comportamento humano. Justamente, recuperar o clima e a intimidade daquele tempo é a intenção deste livro, que não pretende ser uma enciclopédia e nem uma fonte completa de verdade absoluta.
O que é que a baiana tem?
O que é que a baiana tem? — Dorival Caymmi na Era do Rádio é um ensaio crítico sobre o período que costuma ser chamado de Era do Rádio, sob a perspectiva geral da Música Popular Brasileira e sob a perspectiva de Dorival Caymmi, em particular. Por essa razão, por privilegiar o testemunho do artista, compositor da Música Popular Brasileira, outros aspectos importantes do período ficarão de fora, como a radionovela ou o radiojornalismo, por exemplo, pois não dizem respeito ao tema central deste trabalho.
A Era do Rádio costuma compreender os anos de 1930, 1940 e início de 1950 e tem o rádio como veículo de comunicação catalisador de um complexo de comunicação de massa que, além do rádio propriamente dito, congrega vários setores, como a imprensa, o mercado fonográfico, o cinema, as editoras de música, as representações de classes, os teatros, clubes e outras tantas atividades correlatas dos profissionais envolvidos com o veículo e que tiveram grande crescimento no período. O rádio é o primeiro veículo de massa no território nacional e vai ter profundo impacto sobre a vida dos brasileiros e, em diversas oportunidades, sobre os destinos do país, sobretudo na primeira metade do século XX. A Música Popular Brasileira e toda a indústria que a acompanha ao longo do século XX muito provavelmente não teriam alcançado o grau de complexidade, sofisticação e desenvolvimento que obtiveram sem o rádio.
Os Reis da Voz
O rádio exerceu sobre a minha geração um fascínio só comparável ao que a televisão, o computador, a internet, o celular, o iPad e as redes sociais exercem sobre os meninos de hoje. O rádio era uma caixa de madeira, com inúmeras válvulas de variados tamanhos e cores, que transmitia fantasia, sonho e deslumbramento. O rádio nos obrigava a fazer constantes exercícios de imaginação, o que para nós era não só gostoso como natural. Ouvíamos a voz de uma radioatriz e, a partir desse estímulo único, mas essencial, nós, os ouvintes de todas as idades e sexos, ficávamos a imaginar como seria a dona daquela voz tão bela. Era como se apenas a voz que brotava do rádio nos bastasse, o resto ficava por conta dos nossos sonhos – e que sonhos! Não sei se os meninos de hoje são capazes de compreender o sentido, o alcance e a importância desse exercício de imaginação e sonho – tão condicionados estão pelos falsos encantos das telas, telinhas e telonas, que nos oferecem o prato já feito. A tecnologia nos roubou, pelo menos em parte, a capacidade de imaginar.
Sinal Fechado
Sinal Fechado, de Alberto Moby, é certamente uma das grandes contribuições à compreensão da História da Música Popular Brasileira. A obra, esgotada na sua primeira edição, de agora em diante, ao que parece, terá o sinal aberto para que este importante trabalho possa ser lido e consultado por todos aqueles que se interessam pela Música Brasileira. No entrecruzamento de uma História Cultural e de uma História Política, onde o que se busca é examinar os jogos de poderes e contrapoderes que afetaram a Música Popular Brasileira em dois períodos específicos da nossa história, a obra também pode ser considerada como um trabalho extremamente relevante de História Comparada, uma vez que se propõe a examinar comparativamente a inserção da Música Popular Brasileira em dois contextos diferenciados de ditaduras: o Período Vargas e a Ditadura Militar mais recente. O objetivo central do autor, assim poderia ser colocado, foi o de examinar – através da Censura mobilizada por estes dois governos ditatoriais contra a produção musical brasileira de sua época – as relações entre o Estado, a Sociedade e as práticas culturais relacionadas às atividades musicais. Mais particularmente ainda, trata-se de examinar as relações do Estado com a esfera da criação musical relacionada à Música Popular Brasileira.
Crossroads
In a suburban living room in 1967, two teenage rock ’n’ roll fans, happy to have the house to themselves on a Saturday night, slipped an LP onto the turntable and cranked up the volume. The record was not a predictable favorite by the Beatles or the Rolling Stones, but one by an American artist that they’d seen mentioned in articles about Britain’s most heralded electric guitarist, Eric Clapton. It was a live recording of a concert, and as the needle hit the grooves, the murmur of the audience seemed to fill the room. “Ladies and gentleman,” said the announcer, “how about a nice warm round of applause to welcome the world’s greatest blues singer, the king of the blues, B.B. King!”
B.B. King’s Live at the Regal was recorded in November of 1964 in front of an enthusiastic black audience in Chicago, and for a couple of white suburban kids, it made for thrilling, even exotic listening. King’s music was certainly different from the blues-rock Clapton was making with Cream. The choice of that record with my friend Paul reflects the way that many in the 1960s got introduced to the blues, the soulful bedrock of American music.
Alguns Aspectos da MPB
A leitura dos textos revela-nos o estilo original que caracteriza a escrita do autor. A linguagem empregada oscila entre o tom jornalístico e o historiográfico, às vezes até poético, possibilitando ao leitor entrar em contato com as centenas de informações levantadas, as análises propostas e as conclusões de inúmeras pesquisas que Euclides Amaral realizou nos últimos anos. O livro é dividido em oito blocos dedicados a temas importantes que têm a música popular brasileira como eixo de articulação. A relação entre a poética da palavra cantada e a da palavra escrita predomina nos capítulos Os Letristas e A Herança do Provençal e A Nova Geração da MPB no Séc. XXI. A leitura crítica dessa relação é muito bem realizada, potencializando a figura do letrista da poética popular como um poeta tão sofisticado e histórica e esteticamente importante quanto os artistas do campo erudito.
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