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Ninguém alguma vez escreveu ou pintou, esculpiu, modelou, construiu ou inventou senão para sair do inferno. (Antonin Artaud)

Yzcömrök ou A História de Ylkä

 




As questões relativas à investigação da ancestralidade, quase que impreterivelmente, dão de cara com a falta de registros confiáveis da história familiar. Dificilmente a gente consegue dados que ultrapassem três gerações, mesmo assim os dados, na maioria das vezes, são transmitidos verbalmente, logo carecem de confirmação documental comprobatória. Em outras palavras: Por mais que o nego se interesse, fica difícil traçar paralelos confiáveis entre uma sequência de casos históricos e uma linha de ancestralidade concernente. Lógico que se você está aqui hoje é porque você tem (ou teve) um pai que também teve um pai e, deste modo sucessivamente, até os primórdios da humanidade. Esta é uma afirmação irrefutável! Você vai chegar a brilhante conclusão que Adão e Eva foram seus parentes mais antigos que se tem notícia. Bem, sempre teve alguém da sua estirpe presente de alguma maneira na cronologia secular da evolução da humanidade, porém a forma como isso transcorreu pode fugir completamente de uma linearidade lógica ou estimada. Tem sempre um “ponto fora da curva”. Claro! A miscigenação das etnias pode ocorrer à revelia e pode atestar, hoje em dia, que um indivíduo tido como caucasiano ou ariano tenha até laços de parentesco com negros africanos, aborígenes australianos, selvícolas primitivos das Américas, egípcios, mouros árabes, mongóis... selenitas... marcianos... Opa! Sabe-se lá! Estes acidentes de percurso podem acontecer muito mais frequentemente do que se imagina. Desde a antiguidade, por ocasião das guerras, as mulheres são alvo de estupros pelos bárbaros vencedores ou então são deliberadamente impelidas ao sexo consensual devido a ausência dos maridos que se encontram, neste instante, nas frentes de batalha. Como os métodos anticoncepcionais no passado eram rudimentares (para não dizer: inexistentes), tem-se como frutos consequenciais, os filhos bastardos, assumidos posteriormente (incondicional ou ingenuamente) pelos maridos. Imagine a cena: – Pois é querido, é inacreditável, foram até agora 36 meses de gestação deste nosso filho que está para nascer... Dá para imaginar como tenho sofrido com sua ausência...? A ignorância dos povos antigos, a vergonha da revelação (bilateral) de infidelidade, a promiscuidade, o acaso, a aceitação do duvidoso como certo, entre outros, quebra de forma contundente uma linhagem consanguínea. O que segue inexoravelmente através dos tempos é o sobrenome... Bem, pensando friamente isto certamente pode ser mudado!

Os conceitos antropológicos (hoje totalmente superados) cederam espaço e credibilidade a biologia e a genética. Mesmo as linhas genéticas das famílias nobres que são aparentemente redundantes, podem ter algum acidente de percurso que quebra uma casta supostamente hereditária. Análises das características genéticas (comparações) podem esclarecer vínculos seguros, a qualquer tempo, desde que se tenha material para isso (cabelos, dentes, unhas, ossos...) não importando se são recentes ou arqueológicos. Os testes de paternidade feitos atualmente têm colocado “ordem no galinheiro” e causado muita dor na cabeça de cima de muito nego, já que a debaixo pensou errado... .

Me parece, amiúde, que é uma perda de tempo buscar-se por uma história genealógica na medida em que não tenhamos em mãos os tais materiais genéticos dos nossos antepassados. Não há como garantir, por outros meios que não sejam os genéticos, se o meu tido tataravô é realmente meu tataravô ou se na verdade ele não é aquele que fora o charmoso vizinho da minha sapeca tataravó! Brincadeiras à parte, a constatação genética (quando possível) pode revelar surpresas desagradáveis e constrangedoras.

Bem, o Erik (nosso personagem) possui um trunfo que lhe dá uma vantagem enorme nas questões de pesquisas confiáveis, a começar pela desnecessidade da leitura de registros quiçá imprecisos, pois para qualquer dúvida, ele pode atestar in loco com os próprios olhos qualquer situação do passado... Ou quase!

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

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